O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), criticou nesta terça-feira a demora do governo federal em perceber que a crise financeira internacional refletiria no Brasil como um "tsunami".
"Houve uma demora, houve uma demora para compreender que nós não estávamos frente a uma marola e sim a um tsunami. Mas muitas delas [medidas adotadas pelo governo] vieram na direção correta. Aquela que permite, por exemplo, que o setor automotivo retome a sua produção. Nós estamos voltando ter o mesmo nível de produção pré-crise em razão do aumento de algumas contribuições, na verdade da isenção de algumas contribuições como IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]."
Aécio lembrou, no entanto, que as medidas tomadas têm a contribuição dos Estados e municípios. "Nós estamos, na verdade, cortando impostos que são compartilhados. [...] Nós vivemos um momento de muita fragilidade da federação. E ao invés de municípios e Estados estarem em melhores condições para ajudar o país agora com novos investimentos para a superação da crise, o que nós estamos vendo é a fragilização absoluta de municípios e de alguns Estados."
O tucano ainda defendeu uma federação "efetivamente" com poderes. "Ao invés de medidas de apoio aos municípios, se nós tivéssemos, no Brasil, efetivamente uma federação com poderes, com responsabilidades, com recursos distribuídos de forma mais adequada, outros entes federados poderiam não agora significar um peso, mas mais do que isso uma solução para a crise."
Aécio afirmou que entregou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um documento propondo que seja criado um piso mínimo para o repasse do Fundo de Participação. "Quando por alguma eventualidade esse piso mínimo não é alcançado, o governo, seja através de recursos do fundo soberano ou de alguma outra fonte, supre os municípios, complementa esse piso."
Com informações da Folha Online
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